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segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Os doze - Justin Cronin

Finalizei ontem à noite “Os doze”, segundo livro da trilogia de Justin Cronin que pega carona na onda pós-apocalíptica, mas, ao invés de zumbis, traz como “criaturas a serem temidas” os “virais”, seres humanos transformados em monstros vampirescos como resultado de uma pesquisa secreta de uma agência americana que deu terrivelmente errada.

O primeiro livro da série, “A passagem” têm altos e baixos. Há momentos excelentes (o primeiro capítulo é ótimo) e outros repletos de clichês e incongruências. Tudo começa com a quebra de segurança em uma instalação secreta do governo norte-americano, que põe à solta um grupo de condenados à morte usados em um experimento militar. Infectados com um vírus modificado em laboratório que lhes dá incrível força, extraordinária capacidade de regeneração e hipersensibilidade à luz, tiveram os últimos vestígios de humanidade substituídos por um comportamento animalesco e uma insaciável sede de sangue. 

A partir daí o mundo como o conhecemos vai por água abaixo, pelo menos na América do Norte. Não se sabe o que ocorreu com o resto do mundo, pois uma barreira foi levantada pelos demais países para isolar o vírus. Cem anos depois os seres humanos retrocedem na escala tecnológica e passam a viver em colônias altamente protegidas em regiões devastadas pelos virais.

A trama se desenrola em direções imprevistas, nas quais Cronin tenta surpreender o leitor. Há excelentes momentos, e até momentos de lirismo. Mas há muita superficialidade também, especialmente na construção dos personagens, quando o autor tenta - sem sucesso - ser mais profundo do que o gênero, normalmente, exige.

“Os Doze”, segundo livro da trilogia, tem inicio em 97 D.V (Depois do Vírus), cinco anos depois de “A passagem” – com flashs do passado dos antigos e novos personagens. Na luta contra os virais, o que resta da civilização se defronta com uma sociedade até então desconhecida, com fortes características totalitárias, onde uma elite que se alimenta do sangue de um dos Doze (os doze infestados originais que deram origem a uma prole de milhões) e, por isso, alcançou a imortalidade, escravizando os demais.

Os personagens originais, aliados a caras novas que surgem para reforçar o time, se defrontam com os novos adversários em 590 páginas de muito sangue e aventura. É diversão sem muita expectativa. Mas, para quem - como eu - não resiste ao trio fantasia/terror/ficção científica, a obra é interessante.

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